O presidente disse que se encontrará com o ministro
do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, para avaliar a
ação militar dos EUA. E que só depois irá se posicionar sobre a morte do
general iraniano
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira,
3, que o assassinato do general iraniano Qasem Soleimani, em ação militar dos
EUA, vai impactar no preço do combustível no Brasil. "Que vai impactar,
vai", previu. Bolsonaro disse que a gasolina já está alta e, se seguir
subindo, "complica". "Vamos ver nosso limite", declarou.
O presidente disse que é preciso mostrar à população brasileira
que ele não pode "tabelar (o preço de) nada". "Já fizemos essa
política no passado, de tabelamento, não deu certo. A questão do combustível,
nós temos de quebrar o monopólio", afirmou.
"Distribuição é o que ainda mais pesa no combustível,
depois de ICMS que é imposto estadual. Não é meu. Vamos supor que aumente o
combustível. Os governadores vão vibrar", disse.
O presidente disse que se encontrará com o ministro do Gabinete
de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, para avaliar a ação militar
dos EUA. E que só depois irá se posicionar sobre a morte do general iraniano.
Bolsonaro disse também que tentou telefonar mais cedo para o
presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, para tratar do impacto sobre
o preço dos combustíveis, mas não foi atendido. "Quero ter informações
dele", afirmou. As declarações de Bolsonaro foram feitas em frente ao
Palácio da Alvorada.
Entenda
Na manhã desta sexta-feira (3), um aeroporto em Bagdá, capital
do Iraque, foi bombardeado
pelos Estados Unidos a mando de Donald Trump. Entre os oito mortos, estava o general Qassim Soleimani,
que liderava há mais de 20 anos a força Quds, braço de elite da Guarda
Revolucionária do Irã, e que era considerado pelo governo de seu país "a
força mais efetiva no combate a Daesh (Estado Islâmico)".
Além dele, morreram no ataque Abu Mahdi al-Muhandis, chefe da
milícia iraquiana Forças de Mobilização Popular (que tem apoio do Irã), e o
porta-voz de grupo, Mohammed Ridha Jabri.
Segundo a imprensa internacional, o general iraniano tinha
participado de encontros com líderes de milícias iraquianas no aeroporto. A
capital do Irã, Teerã, tem aumentado sua influência no vizinho nos últimos
anos.
A ofensiva causou reação de líderes políticos, entre eles, países-membro
do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), como China, Rússia e França. O porta-voz do Ministério
das Relações Exteriores chinês, Geng Shuang, pediu "calma e
contenção", principalmente aos Estados Unidos, para evitar "novas
escaladas de tensões".
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia, por sua vez,
condenou o assassinato como "um passo aventureiro que levaria a tensões
crescentes em toda a região". Já a França, por meio da vice-ministra de
Relações Exteriores, Amelie de Montchalin, afirmou que "a escalada militar
é sempre perigosa" e indicou que o presidente francês, Emmanuel Macron,
tenta, nos bastidores, promover a reconciliação entre "todos os atores da
região".
O ministro das relações exteriores do Irã, Javad Zarif, foi além: classificou
o ato dos Estados Unidos como "terrorismo internacional" e "extremamente perigoso e tolo", em sua
conta no Twitter. O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, e seu
presidente, Hassan Rohani, também condenaram o
ataque como criminoso e prometeram
retaliação.
A Guarda Revolucionária disse que o ato fortaleceu a
determinação de vingança. "A breve alegria dos americanos e dos sionistas
se transformará em luto", disse o porta-voz Ramezan Sharif na televisão
estatal.
Poucas horas após o ataque, os Estados Unidos recomendaram
a seus cidadãos que deixem o Iraque "imediatamente", seja "de avião enquanto é possível", já que o
bombardeio aconteceu no aeroporto de Bagdá, seja por via terrestre para outros
países da região.
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