Deputado federal amigo de Jair Bolsonaro comanda
grupo que iniciará coleta de assinaturas, no próximo dia 16, para o partido do
presidente
O deputado federal Hélio Negão é o favorito
para assumir o comando do Aliança pelo Brasil no estado do Rio. A escolha
partiu do próprio presidente Jair Bolsonaro já que o parlamentar é homem de confiança do clã. O
senador Flávio Bolsonaro era o favorito para ocupar o cargo no novo partido a ser
criado. Mas as investigações do Ministério Público no caso envolvendo o
ex-assessor Fabrício Queiroz atrapalharam os planos da família.
Eleito pela primeira vez com 345.234 votos, Hélio Negão é fiel
escudeiro de Bolsonaro. Hélio lidera o grupo que participará da organização da
coleta das assinaturas do Aliança pelo Brasil. A turma até então do PSL é
formada pelos deputados federais Major Fabiana e Carlos Jordy e pelos estaduais
Alana Passos, Anderson Moraes e Márcio Gualberto, além de Charlles Batista,
vereador em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
O objetivo da escolha por Hélio Negão é para evitar desgaste no
Aliança pelo Brasil com o episódio Queiroz. A investigação ocorre desde o ano
passado depois que o antigo Coaf (Conselho de Controle de Atividades
Financeiras) enviou um relatório ao Ministério Público com movimentações
atípicas de 1,2 milhão de reais do ex-assessor, que trabalhou na Assembleia
Legislativa do Rio (Alerj) quando Flávio Bolsonaro era deputado estadual.
A investigação ficou parada de julho a novembro
do ano passado esperando uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a
legalidade do compartilhamento dessas informações sem autorização judicial. O
STF aprovou a tese para o compartilhamento. Queiroz é suspeito da chamada
“rachadinha”, que consiste no recolhimento de parte dos salários dos
funcionários do ex-gabinete de Flavio. Os dois sempre negaram as
irregularidades.
Corrida contra o tempo
Jair
Bolsonaro deixou o PSL, partido pelo qual foi eleito, após brigar com o
presidente nacional da legenda, Luciano Bivar. No
Rio, a campanha para recolher as assinaturas para criar o Aliança pelo Brasil
terá início no próximo dia 16, em Niterói. “Quem continuar no PSL será tratado
como traidor”, diz um aliado de Bolsonaro.
O Aliança pelo Brasil já conta com
pelo menos cem mil adesões. São necessárias 500 mil em todo o país. Apesar de
Bolsonaro ter declarado publicamente que a legenda poderá não ter candidatos
aptos a concorrer nas eleições municipais deste ano, há uma corrida contra o
tempo até abril, prazo final.
A estratégia é que o próprio
interessado em se filiar deverá preencher a ficha do partido e reconhecer firma
no cartório para facilitar a validação pela Justiça Eleitoral.
Cássio Bruno
Nenhum comentário: