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Agredido e levou 4 tiros após trocar carícias e beijar a boca de outro rapaz em um bar da cidade de Camaçari |
Marcelo Macedo estava internado desde o dia 20 de outubro, e foi
liberado no último sábado (26). Nas redes sociais, ele agradeceu ao apoio dos
amigos.
Por G1 BA
Marcelo Macedo recebeu amigos em casa após ter alta — Foto: Arquivo
Pessoal
O homem que foi agredido e levou 4 tiros após trocar carícias e beijar a boca de outro
rapaz em um bar da cidade de Camaçari, na região metropolitana
de Salvador, teve alta médica no último sábado (26), quase uma semana depois do
crime.
Marcelo Macedo estava
internado no Hospital Geral de Camaçari (HGC) desde o dia 20 de outubro, dia em
que foi atacado. Ele passou por uma cirurgia logo quando deu entrada na unidade
de saúde e estava sob avaliação médica.
Após a alta, o baiano
recebeu amigos em casa e agradeceu o apoio de todos nas redes sociais.
"Gratidão por tanto amor e carinho", escreveu.
O caso segue sob
investigação da Delegacia de Camaçari nesta segunda-feira (28). Três homens, incluindo um policial militar, são suspeitos do crime.
Os nomes deles não foram divulgados para, segundo a polícia, não atrapalhar as
investigações.
Em nota, a Polícia Civil
informou que os três já foram ouvidos pela delegada Thais Siqueira, titular do
município, porém não detalhou se eles foram detidos após o depoimento.
Segundo a Polícia Civil, o
caso só será comentado pela delegada após o final das investigações.
O G1 procurou
a Polícia Militar para saber a situação do policial suspeito de envolvimento no
crime, mas não obteve retorno até esta publicação.
Caso
Vítima de homofobia, Marcelo Macedo foi agredido e baleado em um bar na
Bahia — Foto: Reprodução/Instagram
Antes do ataque começar,
Marcelo foi questionado "se não tinha vergonha de fazer isso na frente de
pais de família". Ele levou um tiro no braço e três no abdômen.
Na última sexta-feira (25),
o baiano comentou o caso nas redes sociais pela primeira vez. Em um
texto com declarações fortes, ele reforçou o medo que havia relatado em entrevista ao G1 um dia antes e
lamentou o fato de os três suspeitos do crime ainda estarem soltos e terem as
identidades preservadas pela polícia durante as investigações.
"Não
sei como será quando sair daqui. Temo pelos meus familiares. Estamos assustados
em saber que quem atentou contra a minha vida está solto por aí, sua cara não
está estampada em todos os jornais estando tão vulnerável como eu me encontro
agora, botando a cabeça no travesseiro deitado na cama da sua casa e dormindo
todos os dias tranquilamente".
"Me
chamar de 'viado' não é ofensa. Tomar 4 tiros sim. Uma dor irreparável, além de
física, emocional e psicológica. Não sei como será de agora em diante, não sei
se serei mais o mesmo. Esse medo que estou sentindo irei carregar até o fim dos
meus dias. Só peço proteção para mim e toda a minha família. Orem por
mim!".
Na publicação, o baiano
também fez um balanço do que viveu enquanto aguarda alta médica.
"Dormi
e acordei em uma cama de hospital, e só sabia chorar, achei que tivesse morto e
desfrutava do paraíso. Não lembrava de muita coisa. Ao abrir os olhos e me dar
conta do que estava acontecendo, entrei em estado de choque, mas por incrível
que pareça, o hospital é o meu lar agora, é o lugar onde me sinto seguro,
protegido, em paz".
"É
difícil acreditar que as pessoas são agredidas tão cruelmente e de maneira tão
covarde pelo simples fato de demonstrar afeto. É triste. Dói. Estou
despedaçado. Eu amo a minha cidade, nasci e me criei aqui. Nem no meu pior
pesadelo eu imaginei que um dia pudesse ser tão violentado. Ver a morte de
perto é assustador. Nos paralisa".
Veja
mais notícias do estado no G1 Bahia.
Marcelo Macedo levou 4 tiros após beijar outro rapaz em um bar na cidade
de Camaçari, na Bahia — Foto: Reproduçõa/Instagram
Vítima de homofobia, Marcelo Macedo foi agredido e baleado em um bar na
Bahia — Foto: Reprodução/Instagram.
FONTE G1
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