A ampliação da ocupação e o
crescimento do rendimento no trabalho ajudaram a tirar cerca de 1 milhão de
brasileiros da pobreza em 2018. Porém, o país ainda tinha 13,5 milhões de
pessoas em pobreza extrema, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística).
O
número se manteve estável na comparação com 2017, de acordo com a Síntese de
Indicadores Sociais do IBGE divulgada nesta quarta (6). Em 2018, 6,5% da
população se encontrava nessa situação, 0,1 ponto percentual a mais que no ano
anterior.
Pela
linha definida pelo Banco Mundial que é a métrica adotada pelo IBGE,
são
considerados em pobreza extrema aqueles que vivem com até
US$ 1,90 por dia (o equivalente a R$ 145 por mês).
Os
brasileiros na pobreza extrema aumentaram 2 pontos percentuais entre 2014 e
2018, resultando, no ano passado, em 13,5 milhões de pessoas.
"Esse
contingente é superior à população total de países como Bolívia, Bélgica, Cuba,
Grécia e Portugal", analisou o IBGE
Por
outro lado, são considerados pobres aqueles que tem o PPC menor que US$ 5,50
(R$ 420 por mês) por dia. E esse número caiu de 0,7% no ano passado, atingindo
agora 52,5 milhões de brasileiros.
Esse
grupo necessita de cuidados maiores que seriam, por exemplo, políticas
públicas
de transferência de renda e de dinamização do mercado de trabalho", disse
o gerente do estudo do IBGE, André Simões.
No
Brasil, o valor do indicador de pobreza do Bolsa Família é de R$ 89, inferior
ao parâmetro atual global de R$ 145. Em 2011, o valor de R$ 70 para o benefício
era compatível com o valor global daquela ocasião (US$ 1,25 por dia).
O
gerente da pesquisa, André Simões, explicou que o valor atual está abaixo por
falta de correções monetárias.
"É
fundamental que as pessoas tenham acesso aos programas sociais e que tenham
condições de se inserir no mercado de trabalho para terem acesso a uma renda
que as tirem da situação de extrema pobreza", disse André Simões.
O
IBGE creditou a melhora também ao crescimento do rendimento proveniente de aposentadorias
e pensões. Porém, essa dinâmica está restrita à Região Sudeste.
"Nas
demais regiões a variação não foi significativa", informou o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística.
Em
termos absolutos, cerca de 1 milhão de pessoas alcançaram ou superaram o limite
de US$ 5,50 por dia, mas 700 mil delas se encontravam no Sudeste. Já quase
metade dos brasileiros (47%) abaixo da linha da pobreza no ano passado estava
no Nordeste.
O
Maranhão é a unidade federativa com o maior percentual de pessoas abaixo da
linha da pobreza: 53% do estado. Santa Catarina, por sua vez, demonstrou a
menor desigualdade, com 8% de pobres em sua população.
Todos
os estados das regiões Norte e Nordeste apresentaram indicadores de pobreza
acima da média nacional, de 25,3% dos brasileiros. Já as demais unidades
federativas do país ficaram abaixo desse número.
O
estudo do IBGE mostra que mesmo a inserção no mercado de trabalho não é
condição suficiente para que a pobreza seja superada. Entre os ocupados, 14,3%
estavam em situação de pobreza em 2018.
Desse
total, 24,2% exercem a função de trabalhadores domésticos, enquanto 23,4% atuam
como empregados sem carteira de trabalho assinada e 19,9% trabalham por conta
própria.
É
possível analisar também que a pobreza não afeta igualmente a todos os
brasileiros.
Entre
as crianças recém-nascidas até os 14 anos de idade, 42,3% estavam abaixo da
linha. Os idosos representavam somente 7,5% do total.
Na
comparação racial, as pessoas de cor ou raça preta ou parda eram 32,9% dos
pobres brasileiros no ano passado. Os brancos não tinham menos da metade, com
15,4% deles abaixo da linha da pobreza.
(FOLHAPRESS)
DIEGO GARCIA
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