O
Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso suspeito de Coronavírus no
Brasil. Trata-se de uma paciente, internada em Minas Gerais, e que teria
viajado para a cidade de Wuhan no período de circulação do vírus.
A
confirmação foi feita pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, na manhã
desta terça-feira (28), durante entrevista coletiva. A paciente é uma estudante
de 22 anos que chegou em território brasileiro no dia 24 de janeiro e
apresentou sintomas “compatíveis” com os da doença.
“Esse é um momento de tranquilizar a população
brasileira, pois é uma suspeita e não há nenhum caso confirmado de circulação
no Brasil. Dois casos eram rinovírus, da gripe, e foram descartados. Há essa
paciente e agora serão feitos os testes pertinentes”, afirmou o ministro.
NOTIFICAÇÕES PARA PORTOS E AEROPORTOS
Informações em portos, aeroportos… Ano passado
tivemos vários navios chegando com pessoas com sarampo. Nós não sabemos ainda,
mas a maior parte dos turistas que vem pro Brasil nessa época são mais do
Ocidente, tem menos turista asiático. Mas mesmo assim portos e aeroportos terão
indicações, mas não temos nenhuma medida além das que estão sendo mencionadas,
lavar as mãos, higiene… Mas nada específico sobre Carnaval”, afirmou Mandetta.
O ministro também determinou que, caso seja
confirmado, as pessoas que tiveram contato com essa paciente desde sua saída da
China serão monitoradas.
PERIGO IMINENTE
Com o primeiro caso suspeito no País, o Ministério
da Saúde elevou a classificação de risco do Brasil para o nível 2, que
significa “perigo iminente”. Até segunda-feira (27), o país estava em nível 1
de alerta. O ministro da Saúde afirmou que o governo federal "está
preparado" para detectar o vírus.
“Perigo iminente é quando você tem
um vírus novo, uma doença nova, que tem a transmissão confirmada em um país com
grande circulação de pessoas. Perigo iminente é quando você tem um perigo
iminente desse vírus circular em território nacional. Precisamos estar
extremamente atentos”, detalhou Mandetta.
“Nossa
vigilância em Saúde no Brasil é considerada um padrão bom, pela capacidade do
SUS de ser municipal. Então qualquer rumor é avaliado, mesmo os menores
rumores. Foram 7.020 rumores, o que era fato ou digno de avaliação tivemos 127
e desses 127, apenas um caso de monitoramento e investigação. Pessoas que
tiveram contato com essa paciente estão sendo monitoradas, 14 pessoas neste
momento. Se o caso confirmar, tem de ver o voo, os passageiros próximos. Mas
nesse momento ninguém próximo está com sintomas”.
Na
chegada ao Palácio da Alvorada após sua viagem à Índia, o presidente Jair
Bolsonaro afirmou que faria uma reunião com Mandetta para se manter a par sobre
o Coronavírus no País. Na resposta, Bolsonaro fez menção a uma possível ocultação
de dados por parte do governo da China.
“Não cabe ao Ministério da Saúde achar [se as
informações vindas da China são ou não verdadeiras]. O que importa agora é que
os números estão sendo atualizados quase de hora em hora, vemos que eles
[China] estão fazendo esforço, enfim, é difícil a gente apontar o dedo nesta
hora”
O VÍRUS NA CHINA
Com 106 mortes já confirmadas e mais de 4.500
pessoas infectadas na
China, vários países, como Estados Unidos, França e Japão, estão se mobilizando
para retirar seus cidadãos de Wuhan, região que é o epicentro da epidemia de Coronavírus.
Wuhan, cidade do centro do país que onde o novo
Coronavírus foi detectado em
dezembro, e quase toda a província de Hubei estão isoladas do
mundo desde quinta-feira por ordem das autoridades para tentar frear a
epidemia. Quase 56 milhões de habitantes estão confinados.
A cidade de Pequim informou na segunda-feira a
primeira morte provocada pelo Coronavírus, um homem de 50 anos que retornara de
Wuhan. Outros 50 pacientes foram registrados no resto do mundo e mais de 10
países foram afetados pelo vírus, na Ásia, Austrália, Europa e América do
Norte.
Nesta terça, representantes do Ministério da Saúde
vão se participar de uma com a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o tema.
Na segunda-feira, a OMS voltou atrás e reconheceu como ameaça "alta", mas
sem ativar um alerta de saúde internacional.
Redação Notícias Veja
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