A
partir do fim de março, o ministro da Justiça, Sergio Moro, passará por uma
prova de fogo no Supremo Tribunal Federal (STF). A Segunda Turma vai julgar se
Moro conduzia com parcialidade processos da Lava-Jato. Seja qual for o
resultado, o placar será um termômetro dos aliados e adversários que Moro tem
no Supremo. Dos cinco ministros do colegiado, dois votaram a favor do ex-juiz.
Outros dois ainda não votaram, mas já deram indícios de que desaprovam as
condutas do ministro da Justiça. O quadro mostra que, se for mesmo indicado
para o tribunal, Moro não será uma unanimidade entre os futuros colegas.
O pedido para declarar a suspeição de Moro é da defesa do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo os advogados, a imparcialidade do ex-juiz
ficou comprovada depois que ele aceitou o convite do presidente Jair Bolsonaro
para ser ministro. O julgamento começou no fim de 2018, mas Gilmar Mendes pediu
vista. Ele prometeu devolver o caso para a turma depois de 19 de março, quando
termina a licença médica de Celso de Mello.
Até agora, Edson Fachin e Cármen Lúcia votaram a favor de Moro.
Mendes e Ricardo Lewandowski devem votar no sentido oposto, conforme deram a entender
em discussões no plenário. O fiel da balança será Celso de Mello, o mais antigo
integrante da Corte. O decano se aposenta em novembro, deixando a primeira vaga
no STF para a escolha de Bolsonaro. Moro é uma das opções do presidente para
sentar-se na cadeira.
Entre os onze ministros, existe uma ala favorável aos métodos do
ex-juiz e dos procuradores da Lava-Jato. Fachin e Luiz Fux são dois dos maiores
entusiastas. Na outra ponta estão Mendes e o presidente do tribunal, Dias
Toffoli, que não poupam críticas à “República de Curitiba”.
Carolina Brígido
O Globo
Foto: Jornal da Record-R7
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