Enquanto
toda a atenção do mundo está voltada para a descoberta da cura e prevenção da
Covid-19, aumenta o registro no número de casos de pessoas com doenças antes eliminadas
ou controladas em território nacional, tais como, sarampo e febre amarela, além do risco da poliomielite, rubéola congênita e tétano materno e neonatal.
De acordo
com o boletim epidemiológico divulgado recentemente pelo Ministério da Saúde,
os casos de sarampo vêm aumentado no Brasil, que em 2016 recebeu certificação
de controle da doença. Só no primeiro trimestre de 2020, já foram mais de 3.600
casos registrados em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Pará e Paraná,
além de quatro óbitos, sendo dois no Pará, um no Rio de Janeiro e outro em São
Paulo. Com cenário semelhante de
retorno, a febre amarela também vem preocupando as autoridades por já ter
registrando 16 casos em Santa Catarina e Pará, sendo três óbitos.
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Foto: Brasil Escola-Uol |
O pediatra e
presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Juarez Cunha, explica
que apesar do distanciamento social e da Covid-19, é importante que as famílias
se protejam das doenças imunopreveníveis e cumpra o protocolo de vacinação.
“Corremos sérios riscos de viver uma epidemia de poliomielite, rubéola,
difteria, entre outras doenças que podem ser evitadas através da vacinação. A
população está com receio de ir aos postos de saúde, mas temos orientado todas
as equipes quanto às medidas de segurança para evitar infecções. A redução na
procura pelas vacinas disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) é preocupante
e vem sendo percebida pelo Ministério da Saúde”, enfatiza.
Com o
objetivo de incentivar a população e profissionais da saúde a manterem as
carteiras de vacinação, especialmente das crianças, em dia, a Sociedade
Brasileira de Imunizações (SBIm), a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e o
Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) lançaram a cartilha digital
“Pandemia da COVID-19: o que muda na rotina das imunizações”. O documento
contém orientações sobre estratégias que possibilitam que as ações de vacinação
continuem acontecendo durante a pandemia de maneira segura. Além disso, também
estenderam até o final do mês de junho a campanha educativa de estímulo a
vacinação para conscientizar a sociedade sobre a importância da vacinação
atualizada.
O
especialista Juarez Cunha, lembra que as vacinas são disponibilizadas
gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde e que todos devem se vacinar:
crianças, adolescentes, mulheres, homens e idosos, sem restrições. “Enquanto
buscamos a cura e prevenção da Covid-19, não podemos correr o risco de termos
aumento no número de casos de outras doenças também muito graves que levam a
morte e poderiam ser prevenidas com vacinas já existentes”, pontua. O
calendário de vacinação está disponível no site da
Sociedade Brasileira de Imunizações.
Por Raphaella
Brumatti, da Agência Einstein
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